quinta-feira, 6 de setembro de 2012

ॐ Vajrásana (postura do bastão) (por Daniel Nodari Mahadeva)

“Kundaliní shaktí, que dorme sobre o bulbo (kanda, onde convergem as nádís),
proporciona libertação ao yogi e escravidão ao ignorante.
Aquele que conhece a kundaliní, 
conhece o Yoga”.-
Hatha Yoga Prádipika III:107


Grupo do ásana:
Sentado sobre os calcanhares
Nomenclaturas e prefixos:
Vajra = bastão, raio ou diamante. A coluna alinhada alude à idéia de um bastão.
Execução:
O Varjásana é um ásana de fácil execução. Ajoelhe-se e sente-se sobre os calcanhares. Mantenha os joelhos unidos, calcanhares levemente afastados e aproxime os dedos maiores dos pés. A coluna fica naturalmente bem alinhada, sem forçamento e sem tensão alguma. As mãos confortavelmente pousam sobre as coxas ou joelhos. Este é o vajrásana.
Alinhamento corporal:
-mantenha joelhos bem próximos;
-sente-se sobre calcanhares mantendo os dedos maiores dos pés sobrepostos;
-para aqueles que têm uma boa flexibilidade nas articulações dos joelhos podem afastar um pouco mais os calcanhares, sentando-se mais sobre a sola dos pés a não somente sobre os calcanhares. Para aqueles que têm uma excelente flexibilidade nas articulações dos joelhos podem ainda executar uma outra variação que consiste em sentar-se no solo com os dorsos dos pés no solo e bem ao lado dos quadris.
-qualquer sinal de desconforto nos joelhos ou no dorso dos pés desfaça imediatamente o varjásana, nenhuma postura do Yoga deve ser feita com tensão ou dor articular/muscular;
-observe o encaixe dos quadris, quando isto é feito, a coluna vertebral naturalmente permanecerá alinhada. Dificilmente alguém executa o varjásana com a coluna curvada.
Prefixos e variações:
-Padma varjásana; com uma perna flexionada colocando o dorso do pé sobre a coxa oposta, como no padmásana. Exige compensação de pernas;
-Siddha varjásana: com uma das pernas como no siddhásana. Exige compensação de pernas;
-Úrdhwa varjásana: muscular, mantenha as pernas em vajrásana, coloque as palmas das mãos no solo, ao lado dos quadris e eleve o corpo. Podemos executar também uma outra variação
de mãos que consiste em manter os punhos fechados e colocando as mãos assim no solo.
- Úrdhwa Uthhita varjásana: muscular, mantenha as pernas em vajrásana, coloque as pontas dos dedos das mãos no solo (úrnanábha mudrá), ao lado dos quadris, e eleve o corpo. Fortalece muito os punhos, mãos e dedos.
Passagens para outros ásanas utilizando o úrdhwa varjásana ou utthita vajrásana:
As variações úrdhwa varjásana ou utthita vajrásana podem servir como passagem para vários ásana.
-Úrdhwa varjásana para puránásana: Eleve-se em úrdhwa varjásana, estenda as pernas à frente, colocando-as estendidas e unidas no solo, este é o puránásana. Deste puránásana você poderá partir para vários outros ásanas.
-Ardha puránásana é feito com as mãos no solo ao lado dos quadris ou rája puránásana com as mãos sobre as coxas. Ou você também pode fazer o inverso, passando do puránásana para o varjásana. Em Ashtánga Vinyasa Yoga, o ardha puránásana é conhecido como dandásana.
-Úrdhwa varjásana para brahmachariásana: Eleve-se em úrdhwa varjásana, estenda as pernas e deixe-as elevadas e bem paralelas ao solo, este é o brahmachariásana. Os quadris também permanecem elevados do solo.
-Úrdhwa varjásana para dvapáda vrishkásana: Eleve-se em úrdhwa varjásana, passe os quadris para trás e para cima, daqui você pode faer o kakásana. Depois eleve bem as pernas na verticalidade, assim você pode executar o dvápáda vrishkásana (popularmente conhecido como parada de mão).
-Úrdhwa varjásana para chaturanga dandásana: Eleve-se em úrdhwa varjásana e depois passe quadris e pernas rapidamente para trás. Ao passar as pernas para trás, estenda-as e apóie dedos dos pés no solo, passando assim ao chaturanga dandásana.
Nas escolas de Iyengar Yoga, o varjásana como foi descrito aqui é conhecido como virásana.
Kriyá
Drishti: técnicas de fixação ocular que tonificam nervos e músculos óticos.
-Nasagra drishti: fixação ocular na ponta do nariz;
-Bhrúmadya drishti: na região do intercílio, no ájña chakra.
Trátakas são exercícios com movimentação dos olhos e drishti de fixação num determinado ponto.
Pránáyáma:
Prána kriyá pránáyáma (respiração completa) é o pránáyáma mais natural ao executarmos vajrásana. Por se tratar de um ásana para pránáyámas e também para meditação (dhyánásana), podemos praticamente executar todos os grupos de pránáyáma no vajrásana.
Anna Maya Kosha (corpo físico)
Em algumas técnicas respiratórias ou de concentração o vajrásana é uma alternativa para aqueles que não conseguem permanecer muito tempo em padmásana ou siddhásana.
Tonifica articulações, nervos e músculos das pernas. Ameniza significativamente casos de dores ciáticas.
O vajrásana altera o direcionamento do sangue e dos impulsos nervosos da região pélvica, fortalecendo músculos e órgãos da região pélvica, aliviando também hemorróidas, flatulência e hérnias.
Em homens atua significativamente nos casos de hidrocele. “Hidrocele é a presença de líquido em quantidades anormais dentro do escroto e envolvendo o testículo. Pode ser unilateral ou bilateral. As hidroceles podem ser congênitas ou adquiridas”. . Fonte na internet: http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?238
Nas mulheres regulariza disfunções menstruais.
Excelente ásana para estimular uma boa digestão, “eleva a eficiência do sistema digestivo, aliviando disfunções estomacais como hiperacidez úlcera péptica” . (úlcera péptica é uma lesão do revestimento (mucosa) do esôfago, estômago ou duodeno, que é a porção inicial do intestino. Fonte na internet:http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?441). Para uma boa digestão, pode-se permanecer de cinco a quinze minutos no vajrásana.
Kama Maya Kosha (corpo emocional)
Promove estado de calma, serenidade e predispõe muito à meditação.

Prána Maya Kosha (corpo energético)
Múládhára chakra, swáddhisthána chakra e manipura chakra são estimulados neste ásana.
Através de pránáyámas corretos, o vajrásana estimula o direcionamento de prána para sushunma nádí auxiliando na elevação de kundaliní. Exerce grande influência no direcionamento de energia vital para kanda, ponto de onde partem todas as nádís. Kanda significa bulbo. Também chamado kandasthána, é o ponto partida de todas as nádís. Está localizada acima do períneo e tem forma oval. Para se ter uma localização exata no corpo sutil, kanda se localiza entre o múládhára e o manipura chakra.
Prána Vayu (ares sutis)
Samána e apána vayus são estimulados

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Texto de Daniel Nodari Mahādeva
 yogashamkara@gmail.com - (51) 9186.1617
YOGA EM CACHOEIRINHA / RS http://yogashamkara.blogspot.com.br/

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